A tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur presta depoimento, na tarde desta quinta-feira (12), na 11 Vara da Justia Militar, no Frum de Cuiab.
Ela acusada de causar a morte do aluno Rodrigo Patrcio Lima Claro, 21 anos, durante um treinamento da corporao, em novembro de 2016.
Ledur iniciou seu depoimento afirmando que as informaes divulgadas na poca no foram devidamente esclarecidas.
Segundo ela, s vieram tona fatos “coniventes a determinado grupo, imprensa, entre outros”.
“Da maneira como foi colocado, parece que eu aleatoriamente ei na rua, peguei esses meninos e fui levar pra ser bombeiro”, afirmou.
Salvamento aqutico (atualizada s 14h40)
Ledur afirmou que a aula de salvamento aqutico uma disciplina que exige mais do ser humano, por isso ela fica para o final.
“Tendo em vista que o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso no tem material, ns usamos a matriz curricular do Paran, que diz que tem que ser o mais prximo da realidade. O grupo de alunos que eu recebi era preparado, que se preparou para aquele momento. inissvel eu entregar um soldado que no vai querer entrar na gua, que no consegue salvar a vtima”, afirmou.
A tenente ressaltou que na aula de salvamento aqutico, o Corpo de Bombeiros no ensina a nadar.
"A gente no tem obrigao de ensinar nadar. Isso feito l no incio e nem l eles ensinam. L treinar, simular exerccios o mais prximo da realidade. No dia em que tivemos na lagoa, eles tiveram uma atividade pela manh e tarde uma instruo de salvamento aqutico", disse.
“Quando chegamos na lagoa, por volta das 14h30, os alunos j estavam l e a comeamos a ritualstica do treino. Fizemos uma corrida em torno da lagoa em aproximadamente 20 minutos, s pra fim de aquecimento. Aps essa corrida os alunos so colocados prximo lagoa e explicado o exerccio na gua”, acrescentou.
Tenente nega 'caldos' em aluno (atualizada s 14h50)
Ledur afirmou que teve apenas dois contatos com Rodrigo Claro na Lagoa Trevisan. Ela negou que tenha dado ‘caldos’ (afogamento forado) no aluno.
“Como foi esse contato? Falou-se muito em caldos, que so as sesses de afogamentos. O caldo um exerccio que est na matriz para que aluno e por uma reao prxima realidade, quando a vtima se agarrar no bombeiro. Naquele dia eu pratiquei o nado resistido, que tambm pode ser considerado como caldo”, disse.
"Eu segurava eles pela camiseta. Quando estavam com a boia eu segurava a boia, nadava em sentido contrrio para tracionar. Foi isso que fiz naquele dia. Esse nado resistido no foi algo inventado por mim. J existe h muito tempo e era um procedimento que outros militares tambm adotavam”, acrescentou.
Tenente diz que aluno era “descontrolado” (atualizada s 15h)
Ledur afirmou que Rodrigo Claro tinha um certo desconforme emocional com a gua e apresentou esse descontrole ao longo do curso por diversas vezes.
O juiz Marcos Faleiros a questiona se comum aprovar militar com sndrome do pnico.
“O psicotcnico afere se ele pode ter a condio como soldado. Questo de te pavor ou fobia no aferido”, responde.
“Mas quem tem fobia no coloca o rosto na gua. No era o caso do Claro. s vezes faltando dois metros ele desistia. Ele era algum que tinha um descontrole. Em uma outra aula aparece no vdeo descontrolado sozinho. Essas caractersticas eram trabalhadas na instruo. A gente fornecia todas as condies para ajud-lo a acalmar”.
“Ocorre que vai ando o tempo, perto de formar e no podemos mais ficar ensinando. Ele sempre apresentou esse descontrole emocional. Eu precisava que ele demonstrasse mais fora. Que ele tomasse uma atitude que no fosse de parar, que agarrasse em mim”.
