A Polcia Federal no Paran indiciou o ex-presidente Luiz Incio Lula da Silva (PT) sob suspeita de corrupo iva e lavagem de dinheiro relacionados a rees de R$ 4 milhes feitos pela Odebrecht ao Instituto Lula.
O relatrio final da PF foi assinado na ltima segunda-feira (23) pelo delegado Dante Pegoraro Lemos e faz parte de uma investigao aberta em 2015 para apurar o recebimento de valores de empreiteiras investigadas na Lava Jato pela Lils, a empresa de palestras de Lula.
Atualmente, Lula ru na primeira instncia de Curitiba por outro caso que envolve o Instituto Lula, sob acusao de ter recebido propina da Odebrecht por meio da compra de terreno para a sede da entidade.
O novo indiciamento foi feito em um processo relacionado a esse caso da compra, que ainda aguarda deciso do juiz Luiz Antnio Bonat.
Aps o indiciamento da Polcia Federal, os autos so encaminhados ao Ministrio Pblico Federal, que decide se apresenta ou no uma denncia Justia.
Em Curitiba, Lula j foi condenado por corrupo iva e lavagem de dinheiro nos casos do trplex de Guaruj (SP) e do stio de Atibaia (SP), em primeira e segunda instncia -e, no caso do trplex, tambm no STJ (Superior Tribunal de Justia).
Os rees investigados ao Instituto Lula foram feitos de forma oficial, como doao, entre dezembro de 2013 e maro de 2014, mas a polcia desconfia que eles teriam como origem os crditos da conta de propinas gerenciada pela Odebrecht.
"As evidncias mostraram que os recursos transferidos pela Odebrecht sob a rubrica de 'doaes' foram abatidos de uma espcie de conta-corrente informal de propinas mantida junto construtora, da mesma forma ocorrida com aqueles destinados aquisio do imvel para o Instituto Lula", diz o delegado no relatrio.
"Surgem, ento, robustos indcios da origem ilcita dos recursos e, via de consequncia, da prtica dos crimes de corrupo ativa e iva, considerando o pagamento de vantagem indevida a agente pblico em razo do cargo por ele anteriormente ocupado."
Alm de Lula, foram indiciados Paulo Okamotto, presidente do instituto, o ex-ministro Antonio Palocci e Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira. Tanto Palocci como Marcelo fecharam acordos de delao premiada.
Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, disse que "o indiciamento parte do lawfare promovido pela Lava Jato de Curitiba contra o ex-presidente Lula, e no faz nenhum sentido: as doaes ao Instituto Lula foram formais, de origem identificada e sem qualquer contrapartida".
" poca das doaes Lula sequer era agente pblico e o beneficirio foi o Instituto Lula, instituio que tem por objetivo a preservao de objetos que integram o patrimnio cultural brasileiro e que no se confunde com a pessoa fsica do ex-presidente."