O novo ministro da Previdncia Social, Wolney Queiroz, compareceu nesta quinta-feira (15) ao Senado Federal para prestar esclarecimentos sobre o escndalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que envolveu descontos no autorizados nos benefcios de aposentados e pensionistas. A audincia ocorreu na Comisso de Transparncia, Governana, Fiscalizao e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) e foi marcada por debates acalorados entre o ministro e senadores da oposio.
Durante a sesso, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) expressou profunda preocupao com os impactos do escndalo sobre os aposentados, destacando que os idosos esto “angustiados por solues” e cobrou explicaes sobre como ser feito o ressarcimento dos valores desviados. Ele criticou a possibilidade de que os prprios recursos dos beneficirios sejam usados para reparar os prejuzos causados pelas fraudes.
“Se temos o INSS quebrado, a Previdncia do Brasil no tem mais condies de honrar. E a, quem vai devolver esse dinheiro? At agora o que a gente ouviu que o prprio INSS vai devolver. isso? O dinheiro dos aposentados que vai ser usado para devolver a falcatrua, o roubo" />
O ministro da Previdncia afirmou que a primeira devoluo no saiu dos cofres do INSS, mas sim de valores que haviam sido descontados dos prprios aposentados no ms de abril e que ainda no tinham sido reados s entidades suspeitas. Segundo ele, esses valores foram retidos e redirecionados de volta aos beneficirios, configurando a devoluo do que sequer havia sido transferido.
“Essa primeira devoluo que foi feita, de R$ 260 milhes, foram os descontos realizados no ms de abril. […] Ento esse no dinheiro do INSS, um dinheiro que foi descontado dos aposentados e que est voltando para os aposentados”, disse Wolney.
O ministro destacou ainda que o presidente Lula determinou que os fraudadores sejam responsabilizados pelo ressarcimento. De acordo com ele, R$ 2,5 bilhes j foram bloqueados de suspeitos, e as investigaes continuam em busca de novos valores. “A prioridade absoluta vai ser que os fraudadores banquem o ressarcimento dos aposentados. Mas, em ltimo caso, o governo vai procurar uma forma de custear essas despesas, porque o presidente Lula disse que nenhum aposentado ficar no prejuzo”, acrescentou.
Fagundes reforou que o ressarcimento aos aposentados no pode, em hiptese alguma, recair sobre os prprios beneficirios. “Os velhinhos e as velhinhas deste pas no podem pagar pela irresponsabilidade e pelo roubo de quem se aproveitou da fragilidade de um sistema. Vamos cobrar at o fim que os culpados sejam punidos e que o dinheiro volte para quem de direito”, ressaltou.