O papel das agncias reguladoras continua causando polmica. Nesta tera-feira, 10, durante reunio da Comisso de Servios de Infraestrutura do Senado, o senador Jayme Campos (Unio-MT) voltou a criticar o trabalho da Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL). A exemplo de outros debates sobre energia eltrica, ele voltou a defender que o Congresso “abra a caixa preta” do funcionamento da agncia, para quem “pouco ou quase nada tem de utilidade” na defesa dos interesses da populao.
Para ilustrar a crtica, Jayme Campos ressaltou que Mato Grosso sofre com o problema de distribuio de energia, mesmo sendo um grande produtor da commoditie. “Vrias regies do Estado hoje no esto crescendo sua economia” – disse, ao relatar que tal fato tem causado grave atraso no desenvolvimento da agroindstria do Estado.
Aos demais senadores, Jayme Campos retratou a situao do municpio de Santiago do Norte, de onde recebe constantes ligaes telefnicas da populao pedindo interveno para que chegue energia na cidade “at para acender um bico de lmpada”. Para ele, trata-se de uma situao inissvel.
“No tem energia. E pagamos a energia mais cara. Voc s sabia que Mato Grosso o Estado que paga a energia mais caro do planeta? Ou seja, est fora da casinha. Mato Grosso paga a energia carssima e, sobretudo, inconfivel o sistema” - enfatizou. Bastou dar um trovo, ameaar chover, j cai a energia”.
Durante o debate sobre o projeto de lei que disciplina o aproveitamento de potencial energtico offshore, Jayme Campos voltou a colocar em dvida os negcios que envolvem as empresas do setor. “Como que voc compra uma empresa por R$ 1,00 e vai atrs de um credor, ou seja, de um devedor dela, de R$ 57 milhes? Ento isso a chama-se maracutaia, para no dizer outra coisa pior. Maracutaia” – disse.
Campos apelou para a necessidade de se rever o sistema todo” que compe a cadeia de produo e distribuio de energia. Ele disse que a populao est sendo gravemente prejudicada pela falta de transparncia e pagando valores muito acima do que deveria. Ele lembrou que ainda no primeiro mandato como senador, aconteceu um grande debate da renovao das concesses das PCHs. O resultado que, segundo ele, essas concesses foram renovadas por 30 anos e no se sabe, todavia, quanto foi pago:
“Porque a usina j estava paga, os caras estavam s montando na grana, ganhando dinheiro e infelizmente foi renovado e o recurso ningum viu no caixa do Governo Federal”.
Construo de Eclusas
Ao defender a reviso do setor, Jayme Campos tambm voltou a criticar a construo de usinas hidreltricas em Mato Grosso, sem o uso de eclusas, que permitiria tornar navegveis rios como o Teles Pires-Tapajs, Araguaia-Tocantins, entre outros. “Ns poderamos com certeza baratear no mnimo em 60% o transporte da nossa produo, saindo j por outros portos” – disse.
Segundo Jayme Campos, tais projetos poderiam minimizar o peso do transporte que onera a sobremaneira a produo de Mato Grosso. “Mas no foi feito no. Foi feito vrias usinas, mas no fizeram as eclusas” - lamentou.