O diretor-geral da Polcia Judiciria Civil, Mrio Dermeval, afirmou que o Estado deve recorrer da deciso do juiz Yale Sabo Mendes, que determinou o retorno imediato do delegado Lindomar Tofoli ao comando da Delegacia Especializada em Crimes Fazendrios e Contra a istrao Pblica (Defaz).
Ao MidiaNews, nesta segunda-feira (23), Dermeval disse que ir cumprir a deciso, mas que o Estado ir tomar as devidas providncias para recorrer da liminar.
“O juiz do planto deu uma deciso. O Estado est tomando as providncias. Eu s posso te falar isso. Mas quanto deciso judicial, no h questionamento. Deciso judicial se cumpre”, afirmou.
“No h nenhum tipo de demrito em relao ao delegado que entrou com a ao. Mas por conta de uma deciso istrativa, a gente entende que caberia recurso e o Estado est tomando as providncias nesse sentido”, acrescentou.
So atos de gesto. A diretoria tenta trabalhar de maneira democrtica, observando critrios de interesse pblico
Questionado sobre a argumentao de Tofoli, que alegou falta de justificativa para sua troca de funo e citou j ter sido alvo de presso poltica, Dermeval minimizou.
Segundo ele, a diretoria da Polcia Judiciria Civil trabalha de maneira democrtica.
“So atos de gesto. A diretoria tenta trabalhar de maneira democrtica, observando critrios de interesse pblico e da istrao pblica apenas. E no h nenhum tipo de problema nesse sentido”, completou.
Entenda do caso
O juiz Yale Sabo Mendes, plantonista do Frum da Capital, determinou, em deciso liminar (provisria) na sexta-feira (20), que o delegado Lindomar Tofoli retorne imediatamente para o comando da Defaz.
Tofoli ingressou com mandado de segurana no Tribunal de Justia de Mato Grosso para anular a portaria que lhe transferiu da Defaz para a Delegacia de Vrzea Grande.
O magistrado acatou o pedido, pois entendeu que h no Estatuto da Polcia Civil critrios para a remoo do policial civil e, no caso de Tofoli, s poderia ser feito se comprovada a “necessidade do servio, ou seja, autorizada quando o interesse pblico justificar".
“Concedo a liminar para o fim de suspender os efeitos do ato istrativo que removeu o impetrante da Delegacia Especializada em Crimes Fazendrios e Contra a istrao Pblica do Estado de Mato Grosso, devendo retornar imediatamente atividade naquela Delegacia at ao final do julgamento”, determinou o magistrado.
Antes da remoo, o prefeito de Cuiab, Emanuel Pinheiro (MDB), protocolou uma denncia na Assembleia Legislativa dando conta de uma suposta tentativa de articulao, feita na Polcia Civil, no mbito da Defaz, para lhe prejudicar. Mrio Dermeval negou as acusaes.
Tofoli e seu colega Anderson Veiga, tambm da Defaz, teriam recebido a incumbncia de "incrimin-lo", com base em um boletim de ocorrncia. Segundo o prefeito, os delegados teriam se negado a investig-lo por no ver bases slidas na denncia. Por conta disso, teriam sido removidos de suas funes na Defaz.
No mandato de segurana, Tofoli usou diversas matrias jornalsticas como argumento. E ainda lembrou que chegou a ser alvo de “perseguio poltica" do ento governador Silval Barbosa, que tambm o retirou da Defaz poca.