Desde a extino dos partidos polticos nascidos logo aps a Constituio de 1946, que sucedeu ao regime do Estado Novo de Getlio Vargas, pelo Ato Institucional 2 do regime militar, de 1967, partido poltico no Brasil virou coisa provisria ou albergue temporrio.
a-se um tempo e se muda pra outro albergue como se exercer a poltica fosse um Caminho de Santiago, porm, menos nobre.
Desde 1997, quando se permitiu as coligaes amplas para disputar eleies, os partidos perderam quase toda a substncia e deixaram pelo caminho suas ideologias e a capacidade de representar segmentos da sociedade brasileira.
Inventou-se ali, na nsia pela reeleio do presidente da Repblica, Fernando Henrique Cardoso, o chamado “presidencialismo de coalizo”.
Traduzido, significa que os partidos de uma coligao sentem-se no direito adquirido de tendo ajudar a eleger, o sagrado direito de ajudar a governar. Desde prefeitos, governadores ao presidente da Repblica.
Nesse regime em que os partidos tornaram-se rios colaterais de candidaturas majoritrias melhor construdas, a essncia deles desapareceu. S pra ilustrar ao leitor. Nos partidos anteriores da 1964, o sendo de partidarismo hereditrio.
Filhos seguiam os pais e a guerra entre partidos era cruel. Depois de 1967, no lugar daqueles surgiram dois, j sob o regime militar: A Aliana Renovadora Nacional-Arena, e o Movimento Democrtico Brasileiro - MDB, a oposio. Aqui tambm o esprito partidrio ainda existia, embora muito diferente dos anteriores.
Um defendia o governo e o outro o atacava. A ideologia era de puro poder: manter e conquistar. Houve mudanas posteriores em 1979.
Com a Constituio de 1988 abriu-se para a formao de muitos partidos, alm daqueles que subsistiam de antes, como o PMDB, o PSDB, o PT e o PFL, os principais. Porm, ao atingirmos o nmero de 35 partidos atuais, no h ideologia pra tordo mundo. E quem tinha a perdeu, como o Partido dos Trabalhadores e o Partido Verde, por exemplo.
Outros copiam estatutos e juntam retalhos de ideias polticas e registram no Tribunal Superior Eleitoral como um partido poltico legtimo.
No papel, mas na ideologia no a de arranjo de interesses, visando mais o “presidencialismo de coalizao” do que efetivamente uma ao poltica cidad.
Trago este assunto como entrada para uma abordagem nos prximos dias das eleies municipais nacionais de 2016, quando um sistema poltico de joelhos tentar falar com os cidados-eleitores do Brasil.
ONOFRE RIBEIRO jornalista em Mato Grosso. [email protected]
www.onofreribeiro.com.br
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