Domingo quinze de Maro de 2015, ligo minha Tv e todos os meios de comunicao s reportam as inmeras pessoas que deixaram suas casas e esto nas ruas reivindicando mudanas na poltica brasileira, interveno militar e alguns impeachment.
Eis que, surge um questionamento em minha cabea: Ir s ruas o meio correto de se protestar e conseguir o resultado almejado?
No querendo ser pessimista, ou defensor de partido A ou B, mas vejo que alguns esto influenciados pela mdia ou esto indo no famoso “oba oba”.
Primeiramente, antes de adentrarmos em cada um dos clamores mais populares que esto ecoando nas ruas, salutar enaltecer que lutar por aquilo que se acha justo e legitimo, um dos direitos mais sublimes do brasileiro. Direito este insculpido na Constituio Federal de 88, e que nos anos da ditadura militar foi suspenso pela A.I 5.
Em falar em ditadura, alguns grupos defendem e uma “interveno militar constitucional”. Porm, no existe nenhuma previso em nosso ordenamento jurdico, a C.F/88 em seu artigo 142 deixa claro que as Foras Armadas so instituies nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da Repblica, e destinam-se defesa da Ptria, garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. Ou seja, da leitura podemos extrair que as Foras Armadas esto sob subordinao do Governo, e qualquer ato subversivo e ilegal contra o Governo e os ditames da lei seria um golpe iniciando uma ruptura da ordem constitucional.
Outros defendem o impeachment da Presidenta, no entanto especialista brasileiro entrevistado pela BBC BRASIL Peter Hakim, presidente emrito do instituto de anlise poltica Inter-American Dialogue, em Washington elencou cinco motivos que no do fora um possvel impeachment so eles: A) No h um embasamento convincente e que ligue o Governo diretamente aos escndalos, assim cedo para se cogitar um impeachment. B) Ainda no h uma ligao direta de Dilma e o escndalo da Petrobras. C) A oposio no tem um interesse no impeachment da Presidenta, pois preferem v-la enfraquecida e fracassada que assumir um pas em crise e levarem tambm a culpa. D) Diferente de Collor, a base governista de Dilma forte, assim seus opositores esto em menor nmero. E) Os problemas enfrentados no Brasil, no um fato isolado, toda Amrica Latina est em crise, Hakim menciona que se no Brasil a inflao est em 7,7%, na Argentina chega 40% e na Venezuela beira 70%. Ou seja, apesar da crise instalada, no h foras suficiente para um Impeachment.
A Maioria dos grupos so unssonos em clamar por reformas poltica, e o fim da corrupo. Drummond dizia: “uma eleio feita para corrigir o erro da eleio anterior, mesmo que o agrave.” Ser que a mudana iniciar com as reformas polticas ou a mudana s iniciar quando cada um de ns sermos consciente nas escolhas dos nossos representantes tanto no legislativo ou executivo?
Bem nobres leitores, Bertold Brecht falava sobre o analfabeto poltico que estufava o peito dizendo que tinha dio da poltica. Enquanto houver pessoas que s se manifestam por osmose quando a mdia os incitam, e muitas vezes com uma ideologia comprada ou camuflada da real inteno, nunca iremos avanar.
Digo isso, pois, como citamos acima algum dos clamores das ruas no tem embasamento, s tem um proposito incipiente, que gerar desgaste em nomes e legenda partidria.
Temos que ir s ruas e pedir reforma poltica, mas temos que compreender o cenrio econmico atual, e no ficar sendo fantoches de grupos que nos apresentam uma ideologia, mas que camuflado essa ideia h outra conotao.
O dia que no houver espao para troca de voto por combustvel, por dentadura, por emprego, ou fechamento de grupos polticos em troca de favores escusos, ou futuro apoio em uma eventual candidatura, estaremos iniciando a reforma poltica.
Agora, se tais vcios continuarem, apenas estaremos trocando os personagens, mas o roteiro continua um s: “Po e Circo”.
Randalle Silva 3 SGT PM, Bacharel em Direito pela Fcarp – MT, e Ps Graduado em Gesto em Segurana Pblica e Direitos Humanos.
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