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Cura da calvcie: quando teremos uma soluo definitiva contra a queda de cabelo? 2g4v2c

Agncia da Notcia com BBC News Brasil

19/10/2023 - 11:28

Cura da calv

Foto: Getty Images

As prximas duas dcadas devem trazer uma srie de boas notcias para as pessoas que se incomodam com a prpria calvcie: segundo estudos publicados recentemente e projees de especialistas consultados pela BBC News Brasil, tratamentos definitivos contra a queda de cabelo devero chegar ao mercado neste perodo.

A promessa da vez so as terapias gnicas — que seriam capazes de atuar em genes relacionados alopecia androgentica (nome do tipo de calvcie mais frequente) — e a clonagem de fios de cabelo para uso em transplantes capilares.

Embora uma cura da calvcie ainda no e de uma possibilidade futura, isso no significa que essa rea ficou sem novidades nos ltimos anos.

Os avanos mais recentes nas ferramentas de diagnstico e nas opes de tratamento permitem que mdicos e pacientes obtenham resultados cada vez mais satisfatrios — principalmente se o quadro detectado logo cedo, quando as terapias se tornam mais efetivas para frear o processo.

Conhea a seguir as principais candidatas cura para a calvcie — e como os especialistas lidam com esse problema atualmente

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A esperana est nos genes?

Estimativas mais recentes apontam que, na faixa dos 50 anos, cerca de metade das pessoas — tanto homens quanto mulheres — apresentam algum grau de calvcie.

Pelo lado feminino, a estatstica at parece surpreendente, mas est relacionada forma como a questo se manifesta.

"Geralmente, as mulheres tm a rea frontal do couro cabeludo mantida. A perda de cabelo nelas ocorre na regio central, onde geralmente feita a diviso do penteado. Com isso, fica mais fcil esconder as regies com pouco cabelo", explica a mdica Fabiane Mulinari Brenner, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Em homens, por outro lado, a calva aparece na fronte — as populares "entradas" — e no cocuruto. Por isso, ela fica mais visvel logo nos primeiros estgios.

Como mencionado anteriormente, o tipo de calvcie mais comum a alopecia androgentica.

Ela est relacionada a dois fatores principais. Primeiro, o histrico familiar e alguns genes ados de gerao em gerao.

Segundo, a ao de um hormnio chamado dihidrotestosterona (DHT), um derivado da testosterona que pode gerar a perda dos fios no couro cabeludo.

E uma das primeiras promessas contra esse tipo de calvcie est justamente no DNA.

Nos ltimos anos, pesquisadores estudaram a fundo os principais genes responsveis pela evoluo da careca.

A partir dessas investigaes, no ano adouma equipe da Universidade da Califrnia em Irvine, nos EUA, descobriu uma protena chamada SCUBE3, que tem o potencial de estimular o crescimento capilar.

A ideia — ainda em testes iniciais — encontrar uma maneira de aplicar essa substncia no couro cabeludo, de modo a fazer os fios voltarem a brotar na cabea.

Uma possvel via de istrao disso seria a tecnologia de mRNA, a mesma utilizada para as vacinas contra a covid-19.

Seguindo essa ideia, uma eventual vacina de mRNA contra a calvcie levaria instrues para que as prprias clulas do corpo produzissem a protena SCUBE3, o que levaria ao crescimento do cabelo.

Outros grupos trabalham com a ideia de interferir diretamente nos genes relacionados perda de cabelo para, quem sabe, reverter a ao deles.

O temor, segundo Brenner, que esses trechos do DNA que influenciam a calvcie podem estar relacionados a diversas funes do organismo. Portanto, preciso ter bastante certeza que mexer neles no causar efeitos colaterais em outras partes do corpo.

O mdico Luciano Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia — especialidade mdica que estuda os fios de cabelo, o couro cabeludo e os pelos —, destaca outra linha de pesquisa.

"Alguns trabalhos descreveramuma substncia chamada osteopontina, que aparece naquelas verrugas escuras peludas", detalha ele.

"A ideia entender como a osteopontina estimula os folculos pilosos [estruturas onde nascem os fios] das verrugas, de modo a fazer crescer cabelo ali", complementa o especialista.

Por fim, uma terceira perspectiva futura para lidar com a calvcie a clonagem de fios.

Atualmente, o transplante capilar — mtodo que transfere folculos pilosos de uma rea doadora para regies da cabea onde os fios rareiam — feito a partir do material retirado do paciente.

Isso representa uma limitao, pois preciso colher cada folculo do prprio indivduo — e, a depender do estgio da alopecia, pode ser que a rea doadora esteja reduzida.

A clonagem de fios por meio de tcnicas como as clulas-tronco, por exemplo, pode ampliar a oferta de folculos para uso em transplante.

Embora essas possibilidades teraputicas representem uma eventual soluo para a calvcie, todas elas ainda esto em fase de pesquisa — e precisam ter segurana e eficcia comprovadas por meio de testes clnicos que duraro alguns anos.

"No tenho dvidas de que a terapia gnica seja a soluo definitiva para a calvcie. Mas, no momento, ela no a de uma fico", opina Barsanti.

Os mdicos ouvidos pela BBC News Brasil estimam que, a depender do avano dos estudos, esses novos tratamentos devem ficar disponveis daqui dez ou 15 anos.

Mas enquanto esse dia no chega, o que est disponvel hoje em dia para lidar com a perda do cabelo?

Freio na queda

Brenner aponta que o melhor momento para procurar um mdico logo nos primeiros estgios da queda dos fios.

"Quanto mais cedo o diagnstico, melhor ser o resultado do tratamento", diz ela.

" importante buscar a avaliao de um dermatologista assim que voc percebe um afinamento dos fios, como quando o couro cabeludo comea a queimar durante um dia de sol ou quando possvel ver o reflexo da luz do elevador na cabea", exemplifica a especialista.

De acordo com a diretora da SBD, os mtodos de diagnstico da calvcie evoluram bastante nos ltimos anos.

Foram lanados aparelhos que conseguem avaliar em detalhes a espessura do fio no prprio consultrio.

Outra opo enviar amostras de bulbos capilares para uma bipsia em laboratrio, que determina com preciso a origem e o tipo de calvcie.

Essa etapa do diagnstico primordial para escolher o melhor tratamento para cada caso.

Barsanti destaca que a calvcie hoje recebe uma "abordagem multifatorial".

"Temos que levar em conta fatores como o estresse, a ao de hormnios e tudo o que impede o funcionamento do folculo", diz ele.

Atualmente, o tratamento mdico da alopecia androgentica se baseia em dois pilares. Primeiro, os bloqueadores hormonais, uma classe de remdios que impedem a ao da DHT. O representante mais conhecido desse grupo a finasterida.

Nas mulheres, o uso dos bloqueadores hormonais precisa ser feito junto de um anticoncepcional. A ideia impedir uma gravidez, pois esses frmacos afetam gravemente o desenvolvimento do beb.

Entre os pacientes que vo usar finasterida, h um temor sobre os efeitos colaterais, principalmente uma diminuio do desejo sexual.

"Pelas evidncias disponveis, esses remdios no interferem na fertilidade ou na libido, mas alguns pacientes percebem uma reduo no volume da ejaculao", aponta Brenner.

Importante: as medicaes precisam ser prescritas por um especialista e tomadas com acompanhamento do profissional de sade.

O segundo pilar do tratamento da calvcie o minoxidil. Essa medicao foi desenvolvida nos anos 1960 e 1970 para tratar a presso alta.

Com o ar do tempo, porm, os pesquisadores observaram que ela tinha um efeito colateral curioso: estimular o crescimento de pelos no corpo.

A partir disso, foram desenvolvidas verses em loo, gel ou espuma do remdio, que so aplicadas diretamente no couro cabeludo.

"Ele dilata os pequenos vasos sanguneos da regio, que trazem vitaminas, sais minerais e outros nutrientes para o bulbo capilar", explica Barsanti.

Dessa maneira, o bulbo fica mais forte e nutrido — o que permite uma sobrevida extra ao fio de cabelo.
Uma polmica recente relacionada ao minoxidil tem a ver com a verso em comprimidos do remdio.

Alguns pacientes preferem tomar o frmaco pela boca, em vez de aplic-lo diretamente na cabea.

Mas essa prtica pode trazer alguns problemas. Como presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia, Barsanti contraindica a prtica.

"A nossa prpria agncia regulatria, a Anvisa, probe o medicamento oral para uso esttico. Alm disso, h o risco de efeitos colaterais, como quedas de presso arterial, crescimento excessivo de pelos no corpo e alteraes cardacas", argumenta ele.

Brenner pondera que o minoxidil at pode ser usado em alguns casos — se houver indicao mdica para isso.

"Alguns trabalhos publicados apontam que as verses tpicas [aplicadas no couro cabeludo] e oral, se bem utilizadas, trazem resultados semalhantes", avalia ela.

"Mas preciso pensar nas desvantagens dos comprimidos e discutir o uso com o paciente. Se essa for realmente a melhor opo, comeamos com uma dose bem baixa e aumentamos aos poucos, para testar a tolerncia e o risco de efeitos colaterais", detalha a dermatologista.

Em pacientes com doenas cardacas, a ateno deve ser redobrada — e o tratamento com comprimidos de minoxidil depende da avaliao e da liberao de um cardiologista, diz ela.

Brenner aponta que, alm dos bloqueadores hormonais e do minoxidil, existem tratamentos no invasivos com luz e laser que apresentam alguma evidncia de eficcia.

"Elas so aplicadas por meio de capacetes ou tiaras, que tem um efeito antiinflamatrio e estimulam o crescimento dos fios", explica ela.

O transplante capilar tambm pode ser uma opo em alguns casos — desde que exista uma indicao mdica e uma boa rea de doao para fazer a retirada dos folculos que sero reimplantados.

Outras possveis abordagens tambm esto venda em farmcias ou so disponibilizadas em clnicas. Mas, antes de us-las, importante buscar a avaliao de um dermatologista, para ver se elas podem de fato ajudar ou no fazem sentido para o seu caso em especfico.

A mdica diz que, durante as consultas, importante alinhar as expectativas sobre os resultados possveis.

"O paciente no vai recuperar 100% dos fios ou voltar a ter o cabelo que possua aos 12 anos de idade."

"O primeiro o do tratamento estabilizar a situao. Em segundo lugar, vamos tentar melhorar aos poucos a cobertura do couro cabeludo", conclui ela.
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