fechamento do abrigo de haitianos e senegaleses, na cidade de Brasileia, no Acre, e na fronteira da Bolvia com o Peru, na semana ada, deve ocasionar reflexos em Mato Grosso, que j abriga cerca de dois mil imigrantes do Haiti na Capital e regio.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, cerca de 1.500 pessoas que moravam no abrigo acreano estavam em situao degradante, com esgoto a cu aberto, ausncia de banheiros e de gua potvel para o consumo.
Agora, grande parte deles deve ir para Rio Branco (AC) ou Porto Velho (RO).
Apesar de no ser o destino prioritrio dos haitianos, Mato Grosso rota e acaba sendo destino final.
O fato ocorre, segundo o padre Olmes Milani, coordenador da Pastoral do Migrante, por ser o nico local que abriga os imigrantes aqui, porque o dinheiro, j escasso, acaba no meio do caminho.
“Fechando l, a gente sabe que ter um aumento aqui, assim como sabemos que Rio Branco e Porto Velho no so destinos, e sim agens. Eles tendem a vir para Cuiab, com destino ao Sudeste, e acabam parando aqui por que no tm mais recurso para ir para frente. No somos preferncia”, disse o religioso.
Na anlise do padre, o fechamento do abrigo em Brasileia tambm trar outro reflexo ao Estado: na taxa de emprego, que devido s obras da Copa do Mundo, tem tido uma grande oferta no setor da construo, mas que deve ter um recuo nos prximos meses.
“At que existe certa facilidade de conseguir emprego, mas estamos vendo uma desacelerao da indstria civil em Cuiab, que era a que mais dava emprego. A ‘febre’ da Copa est ando e no existem novos investimentos”, explicou.
“A partir de agora, nossa preocupao, tanto pela desacelerao das ofertas como pela chegada de novas pessoas, muito grande e tememos uma populao de imigrantes desempregados”, completou o padre.
Ainda que o futuro seja temeroso, Olmes garantiu que, hoje, a maior parte dos haitianos est empregada em Cuiab.
Poder pblico
O alto nmero de haitianos e as constantes superlotaes na Casa do Migrante no tm sido suficientes para alertar parte do poder pblico na questo social e econmica.
Conforme o padre Olmes Milani, por parte do Governo do Estado, no h ajuda. O auxlio vem por meio da Prefeitura de Cuiab e do Governo Federal.
“O Municpio tem ajudado bastante, destacando assistente social para os haitianos. O Estado omisso e o Governo Federal, por meio do Ministrio do Trabalho, destacou um instrutora para negociar contratos de trabalho, de forma que todos saem com documentao legalizada”, disse Olmes.
Outro lado
No Estado, por meio da Secretaria de Estado de Justia e Direitos Humanos, o superintendente da Promoo da Igualdade Racial, Pedro Reis, confirmou que no h condio de abrigar, em nenhum local atualmente, os imigrantes.
“Ns no temos abrigos e o que temos uma parceria com a Casa do Migrante. Ento, tambm no temos condies de ter um abrigo ou casa para os novos que viro. O que podemos ajudar na oferta de emprego”, disse.
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