Se a internet do seu celular j no funciona direito agora, imagina na Copa. As operadoras correm para reforar a infraestrutura nos estdios e em locais que devem receber grande concentrao de torcedores, mas nem tudo est saindo como deveria. Os principais desafios so o Itaquero, em So Paulo, e a Arena da Baixada, em Curitiba. As obras de construo civil atrasaram nesses dois estdios, e as operadoras tiveram o a eles h poucos dias.
Cada estdio est recebendo cerca de 300 miniantenas, com as tecnologias de segunda, terceira e quarta gerao (2G, 3G e 4G), compartilhadas pelas quatro ou cinco operadoras que atuam na cidade. O investimento total por arena est entre R$ 18 milhes e R$ 20 milhes, sendo R$ 12 milhes na infraestrutura compartilhada.
“Devido concentrao de pessoas, as clulas tm de ser muito pequenas”, explicou Eduardo Levy, diretor-executivo do SindiTelebrasil (sindicato das operadoras de telecomunicaes).
A rede de telefonia celular funciona da seguinte forma: quanto mais antenas, maior a capacidade da rede, j que as mesmas frequncias so usadas em cada uma delas. Aumentando o nmero de antenas, como se a operadora multiplicasse as frequncias disponveis para ela.
Durante um jogo de futebol, o uso da rede celular bastante concentrado em alguns momentos. As pessoas comeam a chegar trs horas antes, e a fazer fotografias para publicar na rede. O pico acontece quando os jogadores entram em campo. Durante o primeiro tempo, o trfego cai, para subir de novo durante o intervalo. O uso do celular diminui de novo durante o segundo tempo, para subir quando o jogo acaba. “Cada foto enviada equivale a 20 pessoas falando ao mesmo tempo”, disse Levy, do SindiTelebrasil.
Reforo
Alm dos estdios, as operadoras trabalham para reforar a cobertura nos locais em que as pessoas vo circular durante a Copa. Um dos grandes problemas, que j afeta a qualidade do servio hoje, a quantidade de antenas instaladas nas grandes cidades – no existem em nmero suficiente. Os turistas que viro ao Pas para ver o Mundial vo ar pelos mesmos problemas que qualquer usurio dos servios de telefonia enfrenta hoje nas metrpoles brasileiras.
Atualmente, as empresas de telefonia celular enfrentam dificuldade de conseguir licenas para instalar antenas novas, principalmente por leis restritivas nos municpios. Existe um projeto de lei na Cmara dos Deputados, conhecido como PL das Antenas (n 5.013/2013), para resolver essa questo, mas que ainda aguarda votao.
O caso da 4G ainda mais srio. A quarta gerao funciona no Brasil na faixa dos 2.500 MHz. A terceira, em 850 MHz, 1.900 MHz e 2.100 MHz. Por questes fsicas, quanto mais alta a faixa de frequncia, menor a cobertura da antena. A rede 4G precisa de quatro vezes mais antenas para conseguir a mesma cobertura da 3G.
Alm disso, quanto mais alta a frequncia, maior a dificuldade de conexo em ambientes internos. Por isso a cobertura da 4G ainda cheia de buracos. A maior parte das antenas 4G foi instalada nos mesmos lugares das antenas 3G, o que significa que a disponibilidade do sinal da 4G representa cerca de um quarto da 3G.
Wi-Fi
Mas o celular vai funcionar bem nos estdios? “Na hora do intervalo, quando todos transmitem fotos, pode haver alguma degradao”, reconheceu Marco de Constanzo, diretor de rede mvel da operadora TIM. “Vai funcionar. A concentrao de pessoas pode colocar o sistema em sobrecarga, mas vamos fazer todos os esforos para que isso no acontea”, garante.
Antenas Wi-Fi poderiam minimizar o problema. As operadoras conseguiram permisso das as dos estdios para instalar Wi-Fi em seis arenas, tambm de uso compartilhado. Mas a FIFAainda no deu autorizao para as empresas celulares oferecerem o servio durante as partidas da Copa. Por isso, essa questo ainda est sendo negociada.
As operadoras esto reforando a cobertura em volta dos estdios, nos hotis e nas regies das FIFA Fan Fests, onde sero realizadas exibies pblicas de jogos, como o Vale do Anhangaba, em So Paulo, e Copacabana, no Rio. Leonardo Capdeville, diretor de redes da Telefnica Vivo, afirmou, no entanto, que a situao dos aeroportos mais preocupante.
“Tnhamos interesse de fazer nos aeroportos o mesmo que foi feito nos estdios”, disse Capdeville. A ideia era instalar miniantenas de uso compartilhado, mas as operadoras no conseguiram fechar acordo com as as dos aeroportos. “Agora vamos ter de reforar o sinal de fora para dentro”, explicou o executivo.
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