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Jovens devem ser ouvidos sobre solues para os nem-nem 2n4vt

Agncia da Noticia com Agncia Brasil

22/07/2023 - 11:15

Jovens devem ser ouvidos sobre solu

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Foto: Reproduo

Os jovens brasileiros esto em desalento, e preciso ouvi-los para construir solues. A anlise da pesquisadora Mnica Peregrino, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), especialista em juventude, mas tambm est na voz de lideranas juvenis que alertam para o desperdcio de talentos, da fora e da energia dos jovens.

Em mais uma reportagem dasrie especial sobre jovens nem-nem, aAgncia Brasilouviu especialistas e jovens que apontaram polticas necessrias para enfrentar a falta de oportunidades queatinge 36% dos jovens brasileiros, segundo a Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE).

"Estudar e trabalhar uma caracterstica muito singular do jovem brasileiro, trabalhar uma parte bastante importante da identidade dos jovens, ao contrrio de outros pases", pontua a professora da Unirio, Mnica Peregrino. No artigoTendncias na Transio Escola-Trabalho, ela apresenta a situao do jovem brasileiro na pesquisa das juventudes Ibero-Americanas. De acordo com o estudo, que ainda ser publicado, o jovem brasileiro, principalmente os mais pobres, sofrem ausncia de integrao.

“No estudar e no trabalhar presente em todas as faixas socioeconmicas: se v que praticamente residual entre os grupos mais providos, mas trs vezes maior nos grupos mais pobres. No uma questo de desejo pessoal, esses jovens tm uma dificuldade de engajamento institucional.”

O estudo mostra ainda como se d a transio entre a escola e o mercado de trabalho. “No estudo se v claramente que a transio para os mais ricos suave, j essa transposio dos jovens mais pobres, muito mais abrupta e sem a mediao da possibilidade de estudar e trabalhar”, observa Mnica.

A pesquisadora lamenta, no entanto, que, entre os jovens mais pobres, esta situao de nem estudar, nem trabalharos deixa margem da sociedade. “As consequncias para os mais pobres, as mulheres, e principalmente entre pretos e parte dos pardos, que se faz uma transio para a vida adulta por fora dos engajamentos sociais regulares, como escola e trabalho, portanto por fora das polticas pblicas, dos direitos de cidadania, que so questes de integrao."

Na avaliao de Mnica Peregrino, as ltimas reformas no pas dificultarama manuteno do jovem na escola e a entrada no mercado de trabalho. “A reforma do ensino mdio, que estabelece um tempo maior de estudo dos jovens, est, em contrapartida, diminuindo significativamente, em nvel dos estados, a escolarizao regular noturna, isso empurrar esses indivduos que estavam tentando se integrar", adverte. "J a reforma trabalhista precarizou um trabalho que j era bastante problemtico e piorou a qualidade do trabalho para os jovens."

Diante disso, o que se v o desalento da juventude. "Existe um movimento em busca de integrao, mas existe um desalento juvenil, um cansao, uma falta de horizonte, estes ltimos anos cobram seu preo, e os efeitos disso que h muito mais dificuldades desses jovens para se integrarem s possibilidades plenas da sociedade", considera a professora.

Para desenvolver aes eficazes, segundo ela, preciso ouvir os jovens. "Temos que ouvir os jovens e as suas necessidades especficas. Por exemplo, muitas mulheres jovens tm dificuldades de estudar porque no tm com quem deixar suas crianas, ento precisamos de creches ou espaos que possam comportar os cuidados dos filhos dessas mulheres, seria um elemento importante.”

Aes de incentivo e estmulo ao aprendizado tambm podem ter bons resultados, opina Mnica Peregrino. “Ter uma poltica de reavivamento de ensino de jovens e adultos seria outro elemento importante, porque essas pessoas que esto beira da sociedade entram nesses espaos pelas instituies que conseguem compor as beiradas. So necessrias polticas de e para a educao, para o trabalho e de e composio entre estudo e trabalho, principalmente que garantam que o jovem vai poder estudar e trabalhar ao mesmo tempo."

Polticas de permanncia

Na opinio da recm-eleita presidente na Unio Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirela, preciso aproveitar o momento para avanar economicamente e assim, envolver os jovens.

“O Brasil atravessa a sua janela demogrfica - momento em que a populao economicamente ativa a maior que todo o restante - e neste momento que o pas pode produzir, avanar economicamente, criar reservas para quando entrarmos no nus demogrfico previsto para a prxima dcada”, ressalta.

"Os chamados nem-nem representam uma grande preocupao e , sobretudo, um grande desperdcio da fora e energia da juventude, tanto para o jovem, que se v em meio ao trabalho precarizado para gerar renda e sem perspectivas, quanto para o desenvolvimento nacional para essa e as prximas geraes”, completa.

Para Manuella, omomento de retomar os incentivos aos jovens. “Precisamos de agenda de retomada para o trabalho decente, para conter o avano da 'uberizao', programas para conter evaso escolar e universitria - as polticas de permanncia - e um ensino mdio com foco em formao tcnica sem negligenciar as disciplinas tradicionais”, afirma.

Presidente da Unio Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz ressalta a evaso do jovem da escola. “O ensino mdio um gargalo educacional, em que temos ndices de evaso muito altos - 500 mil por ano. A ideia que essa etapa aprimore o pensamento crtico, oferea base para as graduaes e prepare para o mundo do trabalho. Porm, no acontece. Muitos estudantes abandonam a escola para gerar renda para suas famlias, porm acabam caindo no trabalho precarizado, autnomo, sem direitos trabalhistas.”

Jade lamenta que a condio precria e, portanto, fora das estatsticas, levam esses jovens para essasituao. “Assim, se enquadram no nem-nem, quando, na verdade, esto vivendo o extremo da 'uberizao' - e sem qualquer condio de continuar a formao, quanto mais seguir para a graduao.”

A soluo, no entendimento dela, o investimento na educao. “Pensando na etapa do ensino mdio, o Brasil precisa de investimentos em escolas tcnicas, para conter essa evaso e garantir que esse estudante possa migrar do trabalho precarizado para o decente, obter renda, ser fora de trabalho para o desenvolvimento nacional e ainda seguir para o ensino superior”.
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