Morreu nessa quinta-feira (10) a jovem de 19 anos mantida em crcere privado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com a titular da Delegacia Especial de Atendimento Mulher (Deam), Cristina Bento, Daiana de Souza estava internada na UTI do Hospital Municipal Moacyr do Carmo desde quarta-feira, aps sofrer uma parada respiratria. A me suspeita de maltratar a filha e mant-la presa em casa por 19 anos. A jovem tinha deficincia mental e foi encontrada em estado de subnutrio, pesando 25kg.
Marlcia Rodrigues de Souza, me da vtima, foi presa em casa, na comunidade conhecida como Lixo. De acordo com a delegada, Marlcia poder ser indiciada por homicdio, j que h suspeita de omisso. Neste caso, a pena varia entre 6 a 20 anos de priso. Outra opo, segundo a delegada, autu-la por maus tratos seguido de morte, com pena que pode chegar at 12 anos de recluso.
A polcia soube do crime pelos vizinhos, que sentiram o mau cheiro e invadiram a casa enquanto a me estava ausente.
"Os vizinhos no sabiam da existncia dela. Eles entraram na casa e se depararam com a jovem naquele estado e sozinha, porque a me no estava em casa. Eles levaram Daiana para o Hospital Moacyr do Carmo. Quando a Marlcia voltou para casa, as pessoas tentaram lich-la. Ela teve que ser trazida direto para delegacia de txi", contou a delegada Cristina Bento.
Penso
Em depoimento, Marlcia disse que recebia uma penso do governo de R$ 150 para ajudar nas despesas da filha, alm da penso do pai da jovem, de R$ 100. A suspeita falou tambm que trocava os curativos da jovem de dois em dois dias e que chegou a levar Daiana em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), mas foi liberada pelos mdicos. A delegada, no entanto, acredita que essa verso fantasiosa.
"Nenhum mdico liberaria essa menina no estado em que ela se encontrava. Eu no acredito que ela tenha ido at uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Essa menina no saa de casa nunca. A Marlcia disse que o pai [da jovem] mora na comunidade, dava esse dinheiro, mas no via a filha h 5 anos. Ele ser chamado para depor e se for comprovado que ele sabia o que se ava naquela casa, ele responder por isso", afirmou a Cristina Bento, acrescentando que pedir a priso preventiva da suspeita para que ela fique detida at o julgamento.
A madrinha de Daiana — que cuidava da jovem quando Marlcia se ausentava — disse que no pediu socorro por medo.
"Eu moro em comunidade, fiquei com medo que achassem que eu era informante. A Daiana at trs anos era uma menina normal. De repente uma febre a deixou assim. Ela parou de falar e vivia em casa.
Eu percebia que a Marlcia no cuidava dela, porque eu trocava a fralda dela e quando voltava na casa, dois ou trs dias depois, ela continuava com a mesma, toda suja de fezes. De um ms pra c ela piorou muito. Os vizinhos nem sabiam que a Marlcia tinha filha", disse a auxiliar de servios Kelly de Oliveira, que segundo a delegada Cristina Bento, pode responder por omisso de socorro.
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