Os profissionais da Educao de Mato Grosso votaram por manter, por tempo indeterminado, a greve iniciada no dia 27 de maio. A deciso foi tomada em uma assembleia geral no incio da tarde desta segunda-feira (24), na Escola Estadual Presidente Mdici, em Cuiab.
Os servidores cobram o cumprimento da lei da dobra do poder de compra - aprovada em 2013, na gesto do ex-governador Silval Barbosa, e que d direito a 7,69% a mais anualmente na remunerao durante 10 anos - e a Reviso Geral Anual (RGA).
Alm disso, o movimento grevista ainda exige o retorno dos salrios que foram descontados durante a paralisao, mais concursos pblicos para a Educao e melhoria na infraestrutura das escolas.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Pblico de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira, afirmou que os servidores apresentaram alternativas para o cumprimento da lei da dobra. Entretanto, para ele o governador Mauro Mendes (DEM) "no tem interesse em fazer valer a lei".
“Ns estamos apontando os caminhos para que ele possa cumprir o que estabelecido. O que no d uma lei estar em vigncia e o Governo optar em no cumprir. Isso no tem ordenamento jurdico nacional”, afirmou.
"Presso" do Governo
Questionado sobre a sada de mais da metade das escolas da greve, o sindicalista negou enfraquecimento do movimento e disse que os servidores que esto retornando s atividades continuam insatisfeitos com o Governo.
Levantamento do MidiaNews, divulgado nesta segunda-feira, mostra que 54,89% das 767 unidades escolares do Estado esto em atividades integral ou parcialmente. J 45,11% das escolas esto, ainda, em greve.
“Muitos desistiram equivocadamente, porque entenderam que a presso do Governo estava muito grande. As pessoas que retomaram as suas atividades no esto a favor do Governo. porque tem um descontentamento com as aes do Governo em si”, disse.
“O Governo deveria estar preocupado em ler a constituio de Mato Grosso, que estabelece o artigo 245 [que destina 35% dos impostos recolhidos para a Educao], ao invs de ficar perdendo tempo contando quem que est voltando [da greve]”, afirmou.
A assembleia geral ainda aprovou a participao na audincia de conciliao com o governador a pedido da desembargadora Maria Erotides Kneip, do Tribunal de Justia de Mato Grosso (TJMT).
“Ela [a desembargadora] remete para a questo de reconciliao e ns aprovamos que iremos aguardar essa agenda do Tribunal de Justia, juntamente com as mobilizaes para avanar nas negociaes polticas com o Governo”, completou.
Sem nova proposta
Em conversa com a imprensa, nesta segunda, o governador Mauro Mendes afirmou que no ir apresentar uma proposta de pagamento das exigncias dos profissionais.
Ele disse estar aberto ao dilogo, porm que o Estado enfrenta “uma dura realidade financeira”. Ele teme prometer o reajuste e no conseguir cumprir.
“Ns estamos, em qualquer dilogo que formos convidados, dispostos a conversar. Mas entendemos que poderemos fazer qualquer tipo de alterao na nossa conduta quando o Estado recuperar o limite de 49% em gasto com pessoal”.