Em maro de 2020 nossa vida seguia o ritmo de sempre. Em abril de 2020 nossa vida entrou em pnico. O vrus corona entrou em nossas vidas pelas portas da frente e do fundo, pelas janelas e estava no ar. Vieram os lockdowns, os confinamentos em casa, as mscaras. Mas o pior de todos veio junto e ainda nos atormenta: o medo!
Na primeira semana perdi para o corona o meu irmo Nego. Tratado de dengue num hospital de Braslia. Em 24 horas morreu sem saber do que se tratava. Ao meu redor amigos e amigas caram vtimas do tal vrus.
Pessoalmente, Carmem e eu nos mudamos pra fazenda, em Acorizal e l nos confinamos longe da famlia. Quase sem visitas e o receio permanente de sermos contaminados ou de contaminar algum. Afastei-me dos programas de rdio e de televiso que participava. ei a gravar em udio e vdeo e enviava por whatsapp. Tive a felicidade de obter uma internet de excelente qualidade com a Titnia Telecom, de Cuiab. Com a internet pude me manter conectado com o mundo. Carmem pde seguir os seus grupos de orao e as lives da famlia de Braslia. O whattsap virou o seu aliado de todas as horas.
ei a ter tempo de sobra. Na verdade, devo confessar que nunca tive tempo sobrando. Sempre persegui ocupaes e tarefas. De repente, pude acordar depois das 8 horas e o mundo no estar nem a pra mim. Opa! Comecei a tomar conscincia de mim. Fui cuidar de plantas, de galinhas. Retomei leituras interrompidas. Tive a oportunidade de pesquisar filmes interessantes. Uns com a cara de transformaes anteriores. E outros, com a cara do futuro.
Mas acima de tudo, tornei-me um permanente pesquisador de temas nos milhes de canais do Youtube. Descobri coisas fantsticas. Especialmente gente como eu em busca de respostas e produzindo vdeos desafiadores ao raciocnio clssico. Encontrei gente fantstica com ideias completamente novas. Descobri ngulos novos para velhas coisas e descobri que o fim do mundo anunciado pelo corona virus nada mais era do que uma simples agem no tempo. Como tantas j havidas. E o seu humano sobreviveu ao gelo da pr-histria, aos dinossauros, s guerras infinitas, fome, ao dilvio, etc.
Se assim, ento estamos atravessando apenas mais uma virada da histria humana neste planeta. Hoje, 18 meses depois do comeo de tudo, amos por infinitas mudanas e transformaes. J no somos mais os mesmos. Nos descobrimos como pessoas. Descobrimos a ns mesmos. A nossa famlia. A nossa casa. Os nossos filhos. O cachorro. O gato. O pssaro. O vizinho. Alguns objetos viraram companhia de todos os dias. A velha sandlia havaiana. A velha bermuda. Aquela camiseta desbotada. O guarda-roupas com muitas roupas, ando da conta da necessidade. O cheiro do caf feito por ns mesmos. O velho ovo frito amigo de tantas horas. O bolinho de chuva to simptico e saboroso com o cafezinho fumaando. O almoo quentinho com cheiro de cozinha da casa da me. As msicas. Os velhos cds to esquecidos com tantas msicas do esprito. Tanta vida voltando a viver!
Encerro este artigo deixando no ar a indagao que estendo aos leitores: quem somos ns agora? O quanto mudamos? Se depender de mim descrever todas as mudanas daria uma longa prosa....
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